terça-feira, 1 de setembro de 2015

MARATONA INTERNACIONAL CAIXA DE SANTA CATARINA 2015


Enfim, MARATONISTA!!!!

A Maratona Internacional Caixa de Santa Catarina, organizada pela Latin Sports, aconteceu no dia 16/08/2015 no centro de Florianópolis-SC.
O evento contou com as distâncias de 42 km, 10 km e 5 km.

A entrega dos kits aconteceu na sexta-feira e sábado (14 e 15/08) na loja Track&Field do Shopping Iguatemi em Florianópolis.
A prova teve largada na Avenida Beira Mar Norte, em frente ao trapiche, às 6h50 para a elite feminina e às 7h para os demais atletas da maratona. Para quem optou pelas distâncias alternativas a largada aconteceu às 8h30.

A Maratona de Santa Catarina foi uma grande surpresa para mim. Minha participação não foi planejada, nem os treinos foram feitos pensando nela. Meus objetivos estavam todos voltados para uma prova de revezamento (montanha) que aconteceria no município de Bombinhas/SC na mesma data da maratona.

Mas aconteceu um imprevisto e os planos não se confirmaram. Diante da situação resolvi aceitar o convite de dois amigos (Bruna Silva e Ricardo Pastrana) e correr a maratona em Floripa.
Nunca tive coragem de encarar uma maratona. Por medo sim, confesso. Mas por respeito também. Maratona não é uma brincadeira, ela exige comprometimento e dedicação e nunca me senti preparada de fato.
Mas tudo tem um momento certo de acontecer e acredito que segui um caminho natural.
Um trote na esteira. Uma volta no quarteirão. A primeira prova de 6 km . Logo após uma de 10 km. 21 km. Provas de montanha. Treinos regulares até que chegou a vez da tão desejada maratona.
Depois de muita leitura a respeito, estava claro que um dos principais erros dos estreantes em maratonas está relacionado ao ritmo. É natural sentir-se bem até metade da prova, e esse "estou bem" induz o atleta a acelerar o passo prejudicando assim seu resultado.

Porém a grande dúvida que rondava minha cabeça não estava relacionada a isso, mas se eu seria ou não capaz de suportar toda distância correndo, se eu estava bem condicionada para encarar tamanho desafio, seja em qual ritmo fosse.
Largamos sentido UFSC em busca do primeiro retorno. O sol ainda estava tímido, mas prometia despertar com força. Apesar de ser mês de agosto, largamos com uma temperatura atípica e os termômetros já registravam 20°C às 7h da manhã.
Tivemos que ter cautela e vez ou outra puxar o freio de mão. A paciência é um fator importante para quem está debutando em uma maratona e arriscar neste momento não estava em nossos planos.
O retorno ao trapiche marcava km 14. Os atletas se preparavam para a largada dos 10 e 5 km. Confesso que senti um alívio por não ter que correr naquele ritmo frenético das provas mais curtas. Fiquei feliz por estar ali, só no sapatinho, curtindo. Porém essa sensação de conforto não duraria por muito tempo...

Seguimos então rumo ao Trevo da Seta na Via Expressa Sul, nosso próximo retorno. Trecho longo e solitário. Depois da passagem pelo túnel Antonieta de Barros via-se praticamente só os corredores. Uns indo, outros já voltando. Todos tentando se manter firmes depois dos 23 km percorridos até ali.

No km 25, aproximadamente, Ricardo decidiu reduzir o ritmo e nos separamos. Eu e Bruna seguimos um pouco mais a frente conversando menos, tentando poupar energia. Decidimos ali que caso uma de nós estivesse se sentindo melhor, seguiria em frente. O que um pôde fazer pelo outro foi feito, dali para frente seria cada um por si.

Na saída do túnel eu e Bruna fomos nos distanciando lentamente e cada uma traçou sua própria estratégia.
A proximidade do km 30 alegrava, mas também assustava, pois muito se comenta sobre o "muro" da maratona.
Mas surpreendentemente ainda me sentia bem, porém consciente de que tudo ficaria mais difícil a cada km.
O evento foi preciso no quesito hidratação e ofereceu a cada 3 km aproximadamente, água; gatorade; coca-cola e sache de sal.      
A segunda passagem pelo trapiche significava 32 km na conta.
O termômetro registrava 23°C e minha bateria já começava a entrar no vermelho.
A contagem regressiva já havia começado e agora faltava apenas ir até o último retorno que ficava um pouco depois do elevado do CIC (km 37) e retornar.

Antes de chegar no retorno, Ana Clara me encontrou de bike e foi me acompanhando até o fim.
Os últimos 4 km foram obviamente os mais difíceis. Mas saber que faltava tão pouco fazia brotar forças não sei de onde.

Mais a frente Marcelo Martins se juntou a nós e seguimos os três, rumo a linha de chegada. Nem que eu quisesse eles me deixariam desanimar. Grande apoio, sem dúvida. Fica registrado meus sinceros agradecimentos.
Passar pela placa que indicava km 40 foi emocionante. Era a certeza de que a maratona estava concluída.
A essa altura os termômetros já registravam 26°C e os 2 km restantes pareciam realmente não ter fim...

O pórtico foi ficando cada vez mais próximo e nos últimos metros pude escutar as pessoas aplaudindo, torcendo e comemorando.
Ouvi gritarem meu nome e abri um sorriso do tamanho do mundo. Faltava muito pouco e eu já transbordava de felicidade.
Foi surpreendente. Foi emocionante. Foi inesquecível. Completei a maratona em 4h07:42, 25° mulher a concluir a prova e conquistei 3° lugar categoria 35/39 anos.

Infelizmente por alguma razão fui inscrita na categoria 25/29, e só pude contestar e comprovar minha idade em outro momento.Mas o que importa é que tudo foi corrigido e meu medalhão está a caminho. \0/ \0/ \0/
Resumo essa experiência em uma palavra: Superação!
Chegou a minha vez. Enfim, MARATONISTA!!

"Maratona é uma prova que exige planejamento. Em qualquer ponto do trajeto, a velocidade precisa levar em conta os quilômetros que faltam, o menor erro de cálculo coloca tudo a perder. 
Do primeiro ao último colocado, todos testarão o limite das forças".  
(Drauzio-varella)




Sempre considerei pouco provável correr uma maratona. Por infinitos motivos me considerava psicologicamente frágil. Todos dizem que maratona é "cabeça" e isso me amedrontava...
Mas é incrível a força que temos dentro de nós. É como se fossemos uma maquina programada para executar uma tarefa. Foi assim que me senti...
Completar essa maratona foi a chacoalhada que faltava para acreditar mais em mim mesma. Não me sinto melhor que ninguém, sinto-me apenas mais confiante, pronta para enfrentar qualquer desafio. Hoje sei que posso, basta me comprometer, basta acreditar, basta querer verdadeiramente!!

Obrigada pela visita, bons treinos e até breve!!!!