Meia Maratona de Floripa O2
Rápida como Berlim
Plana como Chicago
Fria como Nova Iorque
Bonita como Floripa!
Meus planos eram de correr essa prova já em 2012, mas a data do evento acabou se chocando com a data de um compromisso familiar importante e não tive outra opção a não ser adiá-los.
Meia Maratona de Floripa ofereceu aos atletas nas duas primeiras edições a oportunidade de atravessar correndo uma das pontes que faz ligação ilha/continente. Esse diferencial abrilhantava e atraia competidores de todos os cantos do Brasil. Infelizmente desta vez não houve acordo e a prefeitura não liberou as pontes para a realização da 3° edição, forçando a organização a mudar o percurso em cima da hora, pegando muita gente de surpresa, inclusive eu, que já estava com inscrição confirmada. Fiquei realmente frustrada e decepcionada, o descontentamento foi geral, fazendo bombar reclamações nas redes sociais.
Inscrição feita, era hora de concentrar na prova em si e esquecer esse imprevisto. A insegurança marcou presença, imagina se não. Sempre acho que não estou bem preparada e treinada para encarar uma corrida mais longa, cheguei a sentir dores nas canelas depois dos últimos treinos devido ao nervosismo e ansiedade. Para piorar a situação dias antes da prova meu relógio resolveu morrer e desta vez não ressuscitou.
06h45m já estava na Beira Mar e o movimento já era intenso. Os atletas do grupo Loucos por Corridas puderam contar com o apoio do casal Laura e Nilton na questão inscrições e retirada dos kits, facilitando a vida de todos, deixei o meu pra pegar no dia da prova.
Kit na mão, últimos ajustes, chip, número, gel, tudo certo? Mais ou menos, eu ainda sentia falta de meu relógio, como seria correr sem ter noção do tempo, apenas com a percepção do esforço?
Muita gente no local da largada, espaço estreito, todas as categorias largando juntas causando congestionamento e lentidão. levei dois minutos para passar no tapete, mas a passagem de todos os atletas foi muito além disso, assisti filmagens com duração de mais de oito minutos de largada.
Confesso que os primeiros kms foram mais tranquilos do que esperava, isso se deve provavelmente ao clima, dia ensolarado, friozinho gostoso e pouco vento, condições ideais para uma deliciosa corrida matinal.
A subida do elevado é sempre muito bonito, mas a ansiedade mesmo era passar pelo túnel. Ficamos sem a ponte e o túnel acabou assumindo o papel de destaque do percurso. E não é que foi um barato passar lá dentro, gritos, assobios e aplausos se misturavam num momento de alegria e entusiasmo, os atletas de ponta já faziam o retorno e recebiam aquele incentivo tradicional.
O fato de estar sem relógio acabou me ajudando, não perguntei o tempo pra ninguém em nenhum momento, ficava fazendo contas baseada nas horas dos relógios da Beira Mar, pensava: "largada foi tal hora, agora é tal hora, já corremos tantos kms, devo estar em um pace tal", viajava em meus pensamentos tentando me motivar para alcançar meu objetivo que era um sub2h. Fui seguindo assim, correndo e calculando.
A passagem pelo local da chegada correspondia ao 12°km, mais a frente gatorade geladinho, breve caminhada para um reabastecimento. A essa altura o sol já castigava e o corpo já não reconhecia o friozinho que fazia no início da prova. Daí pra frente fui contando os kms, tentando a todo custo não diminuir o ritmo, queria muito um sub 2h, mas não tinha nenhuma certeza por estar as escuras.
Nos últimos 2kms as pernas já cansadas não aceitam mais ordens, transformando o final da corrida em uma luta psicológica fervorosa. Minha chegada foi aglomerada, contei por alto uns sete homens junto comigo, concluí a meia maratona discretamente elevando o olhar aos céus em forma de agradecimento, mas também por curiosidade, qual seria meu tempo nesta meia? O relógio marcava 1h59,49, mas poderia ter descontos ou até acréscimos, a duvida continuava.
Sensação maravilhosa, chega-se cansado, encharcado, desfigurado, quebrado, mas mesmo assim extremamente feliz e realizado. Sinto-me orgulhosa por me proporcionar novos desafios e me superar a cada prova.
Já em casa recebo uma mensagem pelo celular, resultado da meia maratona: 1h57,49, sub 2h pela segunda vez, não houve quebra de recorde pessoal (1h56,01 Meia Maratona Internacional de Florianópolis/ 2012), mas fiquei mega satisfeita.
Mais uma medalha bonita para minha humilde coleção.
Ponto negativo na minha opinião foi a falta de premiação por categoria, pelo menos nos 21km.
Fazendo uma avaliação eu diria que quanto mais participo de meias maratonas mais medo e respeito sinto pelas maratonas, hoje me parece um sonho muito distante, correr uma maratona requer dedicação e tempo para os treinos, mas quem sabe um dia.
Quatro meias maratonas no currículo e um sorriso de orelha à orelha!!
Concluindo:
Depois que se corre uma prova grandiosa como essa, ficasse extasiado por algum tempo, o que aparecer para participar logo em seguida será lucro. Minha próxima prova provavelmente será a Corrida Noturna Unimed, minha filha participou de uma promoção (sorteio) e ganhou a inscrição, se tudo der certo estarei no dia 22/06 em Florianópolis para mais um evento de corrida de rua. Essa corrida também terá seu diferencial, pois vai ter como percurso as ruas do centro da capital e será noturna, essa promete!
Obrigada pela visita, bons treinos e até breve!!
